
Algo vem apoquentando a minha alma.
A forma como as empresas tratam os seus funcionários faz lembrar os tempos da escravatura.
Tudo isto em prol dos lucros.
Falo especificamente da área que me toca, a informática.
As empresas que desenvolvem produtos informáticos sujeitam as pessoas que para elas trabalham a horas ridículas de trabalho, de modo a conseguirem aquilo que propõem aos clientes.
Hoje em dia, a concorrencia leva as empresas a proporem prazos de entrega que seriam impossiveis se os seus colaboradores fizessem o horário legal de trabalho. Assim, a única forma de conseguirem atingir os objectivos a que se propuseram é "obrigando" quem para elas trabalha a fazer horários estupidamente prolongados sacrificando a sua saúde e vida pessoal.
É ver pessoas a trabalhar todos os dias das 9h às 23h num dia bom, e num dia mau fazerem uma noitada. Isto acontece todos os dias da semana, inclusivé Sábados e Domingos que nem sequer são remunerados.
A questão que eu coloco é: Onde estão as entidades reguladoras?
Estas empresas estão a infringir as leis do trabalho, quer pela quantidade de horas extra a que são sujeitos os colaboradores, quer pelo facto de estas raramente lhes serem pagas.
Contando com esta permissividade por parte das entidades reguladoras, todos os prazos para o desenvolvimento de um projecto são criados contando com a escravidão dos seus colaboradores.
Este sistema está de tal modo enrraizado nesta cultura empresarial que reina no mundo, que quem não agir de acordo vê a sua posição fragilizada no seio da empresa, podendo inclusivé ser "dispensado" do seu posto.
Repugna-me esta situação, em que as pessoas são obrigadas a escravizar-se para enrriquecer "uns quantos" abutres que não vêm nem ligam às consequências que a sua ganância tem em familias que não se vêm durante semanas, em pessoas sem tempo para ter vida própria, e que no final não ganharam o suficiente para tudo aquilo que perderam.
Conselho: vejam o video do Google. se querem resultados, em vez de escravizarem criem um ambiente de trabalho são que nem tem de ser tão radical.
Esta já estava a corroer-me, tinha de sair.